Avatar conta uma história que preferimos esquecer

Avatar é, ao mesmo tempo, tolo e profundo. É tolo porque a exigência de um final feliz engendra um enredo previsível que arranca o coração do filme. E é profundo porque, como outros filmes sobre alienígenas, é uma metáfora sobre o contato entre culturas humanas diferentes. Nesse caso a metáfora é consciente e precisa: esta é a história do engajamento europeu com os povos nativos das Américas. Essa é uma história que ninguém quer escutar, por causa do desafio que oferece ao modo como escolhemos ver a nós mesmos. A Europa enriqueceu maciçamente com os genocídios nas Américas; as nações americanas foram fundadas neles.

O artigo é de George Monbiot.

Leia um trecho do artigo :

O açougue começou com Colombo. Ele abateu o povo nativo da Hispaniola (hoje Haiti e República Dominicana) por meio de uma brutalidade inimaginável. Seus soldados arrancaram bebês de suas mães e espatifaram suas cabeças em pedras. Jogaram seus cachorros sobre crianças vivas. Numa ocasião, eles enforcaram 13 índios em honra a Cristo e aos 12 discípulos, num cadafalso na altura em que seus dedos tocassem o chão, então os estriparam e queimaram vivos. Colombo ordenou que todos os nativos entregassem uma certa quantia de ouro a cada três meses; quem não o fizesse teria suas mãos cortadas. Por volta de 1535, a população nativa da Hispaniola havia caído de 8 mil para zero; parte como consequência de doença, parte como de assassinato, sobrecarga de trabalho e fome.


Caso você o queria na íntegra siga para este link: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16490&boletim_id=662&componente_id=11057

Abraço!
Pablo Dantas

2 Response to "Avatar conta uma história que preferimos esquecer"

  1. Unknown says:
    23 de abril de 2010 às 20:20

    Muito interessante Prof! gostei bastante , nunca que eu iria pensar que aquele filme que todos falaram que era uma besteira, até eu mesmo pensei , poderia falar tanto .legal!

  2. FYA BLOG PE says:
    8 de maio de 2010 às 17:37

    Pois é Chandler, muitos ainda pensam que não existe profundidade no branco. As pessoas precisam tentar enxergar além da superfície.

    Valeu!
    Pablo Dantas.

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